O senador Sergio Moro (União
Brasil - PR) criticou nessa quinta-feira (23) a fala do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) sobre o plano de uma organização criminosa para matar
autoridades. O petista disse que vê uma "armação" do ex-juiz da Lava
Jato nas investigações da Polícia Federal que levaram à prisão membros de uma
facção.
"Eu vejo hoje um presidente
dando risada de uma família ameaçada pelo crime organizado, sugerindo que o
próprio ministro da Justiça do seu governo que informou que o plano para o meu
sequestro seria uma armação. Então quero perguntar: O senhor não tem decência?
O senhor não tem vergonha desse seu comportamento? O senhor não respeita o
sofrimento de uma família inocente? O senhor não respeita a liturgia do
cargo?", perguntou o senador sobre a manifestação do presidente.
Moro complementou dizendo que
"está sofrendo os riscos do combate que fez ao crime organizado"
quando juiz federal no Paraná e ministro da Justiça e Segurança Pública no
governo de Jair Bolsonaro (PL).
"É um risco que não
deveríamos ter. Assumimos esse risco e cumprimos o nosso dever. Se acontecer
alguma coisa com a minha família, a responsabilidade está nas costas desse
presidente da República por fazer pouco caso, por rir da ameaça e dessa forma
incentivar a violência contra mim e a minha família".
A fala de Lula foi dada durante
um evento no Rio de Janeiro na quinta-feira. Ele disse que não queria "ficar
atacando ninguém sem ter prova", mas disse acreditar que era "mais
uma armação" de Moro.
"Eu não vou falar porque eu
acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso, eu vou
descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro. Mas eu vou
pesquisar, eu vou saber o porquê da sentença", declarou.
Um dia antes, a Polícia Federal
prendeu nove pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa que
planejou a morte de agentes públicos, entre elas Moro e o promotor Lincoln
Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco),
de Presidente Prudente (SP). Gakyia investiga a facção há mais de uma década e
já recebeu diversas ameaças de morte. (G1 Notícias)