A cantora dos inesquecíveis hits
"What's Love Got to Do with It", "The Best" e "We
Don't Need Another Hero" lançou a sua carreira solo nos anos 1980. Antes,
Tina e o ex-marido, Ike Turner, que morreu de uma overdose de cocaína em 2007,
fizeram sucesso no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Tina ganhou oito
prêmios Grammy e vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo.
"Tina Turner, a 'Rainha do
Rock n' Roll', morreu pacificamente hoje aos 83 anos após uma longa doença em
sua casa em Kusnacht, perto de Zurique, na Suíça. Com ela, o mundo perde uma
lenda da música e um exemplo", afirmou o assessor da cantora, Bernard
Doherty.
Tina nasceu Anna Mae Bullock, em
uma família pobre dos Estados Unidos. Aos 15 anos, foi abandonada pelos pais e
cantou em boates para se sustentar.
Em uma das apresentações,
conheceu Ike Turner com a banda The Kings of Rhythm. Anna Mae pediu para ser
backing vocal e em pouco tempo se tornou uma das vozes principais. Ike e a
cantora decidiram formar uma dupla e, após se casarem, ela adotou o nome
artístico Tina Turner. Ao lado do marido, dominou o cenário da música soul nos
anos 60 e 70.
Na vida pessoal, o casamento foi
marcado por brigas e escândalos. Alcóolatra e dependente de drogas, Ike culpava
Tina pelo declínio da dupla, a agredia, humilhava e traía. Ela apareceu em
público diversas vezes com o olho roxo ou com o lábio inchado. Depois de 18
anos, ela pediu o divórcio. Na justiça, propôs abrir mão de todo o patrimônio
em troca de manter o sobrenome Turner.
Tina recomeçou do zero. Sem
dinheiro, morou com uma amiga e abriu shows para outros grupos famosos, como os
Bee Gees. Para voltar ao cenário musical, apostou no rock, influenciada por
David Bowie e Rolling Stones (uma curiosidade: Mick Jagger se inspirou em Tina
para criar sua icônica dancinha nos palcos). Adotou ainda novo estilo, com
roupas ousadas e cabelos loiros espetados.
Em 1984, lançou o álbum
"Private dancer". "Whats love gotta do with it", que ela
não queria gravar quando ouviu pela primeira vez, virou um megassucesso e
ajudou Tina a vender mais de dez milhões de cópias em todo o mundo. O título de
"rainha do rock" surgiu aos 45 anos de idade. Nos shows e clipes, ela
cantava e dançava sem perder o fôlego.
Em 1986, lançou a biografia
"Eu, Tina: a história da minha vida", sobre a trajetória profissional
e pessoal com o ex-marido, além de revelar as agressões. O livro virou filme em
1993, estrelado por Angela Basset e Laurence Fishburne.
O álbum seguinte foi "Break
every rule", com o qual Tina fez a maior turnê de sua carreira. Foram 14
meses viajando. Um show desta turnê no Brasil entrou para o livro dos recordes:
a cantora reuniu 184 mil pessoas em uma única apresentação no Maracanã. O show
foi transmitido ao vivo para todo o mundo.
No início dos anos 90, lançou a
música "The best", tema de alguns atletas. Um deles foi Ayrton Senna,
que subiu no palco ao lado de Tina em um show na Austrália, em 1993.
Tina deixa seu segundo marido, o
executivo musical alemão Erwin Bach. Eles se casaram em julho de 2013, após 27
anos juntos. Ela deixa também dois filhos de Ike Turner, Ike Turner Jr e
Michael Turner, adotados por ela.
O primeiro filho, Craig Raymond
Turner, morreu em julho de 2018. Outro filho, Ronnie, morreu em dezembro de
2022.