A Polícia Civil de Taboão da
Serra, Grande São Paulo, prendeu na sexta-feira (28), na Praia Grande, litoral
sul paulista, um foragido da Justiça apontado como líder de uma quadrilha
especializada em invadir e roubar residências.
Em razão de seu nanismo, Rodrigo
dos Santos Amaral, de 25 anos, é conhecido no mundo do crime como Anão. Durante
a prisão, ele foi alvo de chacota por parte dos policiais, que zombaram de sua
dificuldade para subir na viatura: “Pega a escada”.
Outro momento inusitado aconteceu
quando um dos policiais responsáveis pela prisão de Anão teve que pegá-lo no
colo para colocá-lo na viatura.
O delegado seccional de Taboão da
Serra, Hélio Bressan, afirmou que a quadrilha chefiada por Anão estaria
envolvida na morte do policial militar aposentado Ricardo Boide, de 54 anos.
O tenente da reserva foi
amarrado, espancado e torturado na frente da família, na noite de 4 de julho. O
corpo dele foi encontrado, com diversos tiros, no dia seguinte no bairro São
Marcos, área rural de Itapecerica da Serra, nas proximidades da casa onde
morava.
A PM afirmou na ocasião que seis
criminosos invadiram a casa do segundo-tenente, renderam a família e, quando
ele chegou, realizaram o sequestro. A esposa da vítima disse que os criminosos
sabiam que o marido era policial e estavam em chamada de vídeo com um comparsa
enquanto mantinham todos rendidos.
O delegado seccional de Taboão
afirmou que Rodrigo não está diretamente ligado à morte do policial militar,
mas chefia a quadrilha que executou o PM da reserva. Ele explicou que o bando
criminoso sempre agia de forma agressiva, batia nas vítimas e exigia que elas
fizessem transferências bancárias. Além disso, roubavam objetos de valor, bens,
carros e armas.
Contra Anão a Justiça havia
expedido um mandado de prisão temporária, em abril deste ano, por causa das
investigações da Polícia Civil da Grande São Paulo. “Iniciamos as investigações
já no primeiro roubo à residência [no início do ano] e identificamos que o Anão
é o cabeça do bando. Ele cuidava da parte financeira da quadrilha.”
Quando o PM aposentado foi
executado, acrescentou o delegado seccional, a quadrilha já havia realizado ao
menos oito roubos de residência, incluindo a casa do tenente da reserva. Os
sequestradores roubaram na ocasião três veículos e armamentos, que foram
encontrados.
Até o momento, com a prisão de
Rodrigo, a polícia já colocou atrás das grades oito membros da quadrilha, entre
os quais dois filhos de um policial militar, que estariam envolvidos na morte
de Ricardo Boide.
As investigações localizaram Anão na Praia Grande, onde estava foragido e usando documento falso. “Já identificamos outros membros da quadrilha e garanto que, em breve, estarão todos presos”, disse Bressan.