Atendendo
solicitação do promotor de Justiça Carlos Leonardo Martins da Silva, a direção
da Santa Casa de Guararapes enviou ofício informando-o sobre o agravante problema
de elevado fluxo de pessoas no pronto-socorro 24h. O documento é assinado pela
provedora Jane Aparecida de Oliveira e pela advogada Lúcia Rodrigues Fernandes,
membro da Irmandade Mantenedora do hospital.
Elas
reconhecem que o problema crescente de alta demanda de pacientes no PS da Santa
Casa se deve a um hábito cultural, pelo qual a população acredita que qualquer
mal estar físico deve ser tratado em um serviço médico de urgência e
emergência, quando na imensa maioria dos casos, as pessoas deveriam ir para as
unidades básicas de saúde (UBS’s).
De
acordo com dados informados no ofício, 86,65% das pessoas que procuram o PS não
estão precisando de atendimento médico de urgência/emergência. Mensalmente, a
unidade, que mantém dois médicos diuturnamente, atende em média 6 mil
pacientes, número considerado elevadíssimo pela direção da Santa Casa,
considerando que a cidade possui 32 mil habitantes.
Traduzindo
esses dados informados pela direção da Santa Casa ao representante do
Ministério Público, 5.199 pessoas atendidas na média mensal no PS deveriam
procurar as UBS’s. E apenas 801 pacientes buscam o serviço de urgência e
emergência com real necessidade. Se apenas casos graves buscassem o PS, a
unidade teria uma média de 26,7 atendimentos diários. Atualmente, e média
registrada é de 200 pessoas ao dia.
Como
consequência, a recepção do PS está quase sempre lotada e o tempo de espera
para atendimento aumenta sistematicamente, causando até distúrbios entre os
pacientes e funcionários.
Assim
como todos os hospitais, a Santa Casa de Guararapes trabalha com a
classificação de risco, que é uma triagem feita por profissionais da Enfermagem
de acordo com índices básicos do estado de saúde de cada pessoa que procura o
atendimento no PS. Nos casos de constatação de real risco à vida, o paciente é
encaminhado o mais rapidamente possível para a assistência médica. “Mas quando
inexiste essa comprovação, o paciente tem que esperar a sua vez, de acordo com
a classificação de risco”, lembra a provedora Jane de Oliveira.
A
direção do hospital fez neste mês de abril reuniões com representantes do
sistema municipal de saúde, chegando a propor alterar a nomenclatura dos postos de saúde, de
UBS para UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
O
Departamento de Saúde do Município continua analisando propostas e estudando
outras soluções, sem prejudicar a população. A provedora Jane de Oliveira e a
advogada Lúcia Fernandes fazem questão de ressaltar que o Departamento de Saúde
da Prefeitura de Guararapes tem prestado total apoio ao hospital. “A intenção
do ofício é manter a Promotoria de Justiça da Comarca bem informada sobre a
Santa Casa de Misericórdia”, destacou Lúcia Fernandes.
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