O Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central (BC) confirmou nessa quarta-feira (18), a expectativa
do mercado e aumentou a Selic (taxa básica de juros anual) em 0,25%, fixando-a
em 10,75%, como já apontava a edição mais recente do Boletim Focus.
A decisão veio em linha com a
grande maioria dos analistas de mercado e levou em consideração diversos
fatores que poderão aumentar o avanço dos riscos da inflação.
Para o economista do Instituto de
Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, Ulisses Ruiz de
Gamboa, “a decisão de aumentar a Selic levou em consideração a inflação
resiliente, acima da meta anual, num contexto de atividade econômica e mercado
de trabalho ainda aquecidos”.
Na mesma linha, expectativas
inflacionárias desancoradas e o aumento da incerteza no campo fiscal, que
contribui para manter o câmbio elevado, parece haver alterado o balanço de
riscos da inflação na direção de uma política monetária mais conservadora.
“Esse aumento gradual pode ter
sido influenciado tanto pela deflação do IPCA em agosto, quanto pela redução
dos juros básicos norte-americanos, que poderia mitigar, pelo menos em parte, a
depreciação cambial”, acrescenta Ruiz de Gamboa.
Em todo caso, também será
importante considerar o comunicado após a divulgação da resolução do Copom,
para avaliar se a decisão foi unânime e de se há sinalização sobre o ritmo do
novo ciclo de alta dos juros básicos.