O ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, respectivamente ministro da Defesa e ajudante de ordens do ex governante, foram indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga a tentativa de golpe militar para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O indiciamento significa que a PF
viu fatos suficientes para considerar que Bolsonaro, Braga Netto e Cid têm
participação na trama golpista, revelada nesta semana durante a deflagração da
Operação Contragolpe, que, ao todo, indiciou 37 pessoas.
A PF apresentou o relatório com
os indiciamentos para o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o ministro
relator do caso, Alexandre de Moraes, deve enviar o material para análise da Procuradoria-Geral
da República (PGR).
Se a PGR entender que há
elementos suficientes que demonstram a participação dos indiciados nos atos,
vai oferecer à Justiça uma denúncia oficial e se for acolhida pelo STF, os envolvidos,
incluindo Bolsonaro e seus auxiliares, viram réus.
Desde o ano passado, a PF
investiga a tentativa de golpe de Estado e iniciativas nesse sentido que
ameaçaram o país entre 2022 e 2023, após Lula ter sido eleito — vencendo
Bolsonaro nas urnas — e até pouco depois de ele ter tomado posse.
A investigação remonta aos
discursos de altas autoridades do governo Bolsonaro para descreditar a urna
eletrônica e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Passa, portanto, pelas
"minutas do golpe" encontradas na casa do ex-ministro Anderson
Torres, no celular de Mauro Cid e na sede do PL em Brasília, e pelo plano,
revelado pela operação Contragolpe na última terça (19), que previa inclusive o
assassinato de autoridades legitimamente eleitas, como Lula e seu vice-presidente,
Geraldo Alckmin, e o então presidente do TSE, Alexandre de Moraes.