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Anvisa aprova novo medicamento contra câncer cerebral para adultos e adolescentes

 

Foi publicada no Diário Oficial da União a aprovação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Voranigo® (vorasidenibe), um inibidor das enzimas IDH1 e 2 mutadas, em pacientes diagnosticados com glioma difuso de baixo grau, submetidos a intervenção cirúrgica prévia, disponibilizado pela farmacêutica francesa Servier, atuante no Brasil e em cerca de 140 países. Esta é a primeira inovação no tratamento de gliomas de baixo grau com mutação IDH em duas décadas, marcando não apenas um avanço médico e científico para esse tipo de tumor cerebral, mas também oferecendo uma nova perspectiva para os pacientes.

O medicamento é indicado para o tratamento de adultos e adolescentes a partir dos 12 anos de idade com tipos específicos de gliomas difusos chamados astrocitomas ou oligodendrogliomas, de baixo grau (grau 2), que já foram submetidos a um procedimento cirúrgico anterior e não tenham indicação de radioterapia ou quimioterapia imediata. O vorasidenibe atua bloqueando as enzimas IDH1 e IDH2 mutadas, responsáveis pela produção de substâncias que estimulam o crescimento de células tumorais.

A aprovação pela Anvisa foi suportada pelos resultados do ensaio clínico INDIGO, que demonstrou a eficácia e segurança de Voranigo® como terapia alvo no tratamento dos gliomas difusos grau 2 com mutação de IDH. O estudo indicou uma redução de 61% no risco de progressão da doença, associada a atraso no crescimento tumoral e redução do volume do tumor. Esses resultados demonstram a contribuição para aumentar o tempo até a necessidade de futuras intervenções terapêuticas, preservando a qualidade de vida dos pacientes.

Embora cresça mais lentamente, o glioma de baixo grau pode evoluir para tumores mais agressivos ao longo do tempo. Até hoje, as opções de tratamento eram limitadas à cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A chegada do vorasidenibe muda essa realidade, trazendo um tratamento específico e personalizado para pacientes com mutações em IDH, possibilitando uma sobrevida com mais qualidade.

Disponível em comprimidos de uso diário, o tratamento permite que os pacientes gerenciem ativamente sua doença em conjunto com uma equipe médica qualificada para orientá-los com os passos seguintes. 


O que são gliomas

O glioma é um tipo de tumor que se desenvolve no cérebro ou na medula espinhal e pode surgir de diferentes tipos de células gliais que circundam as células nervosas. A nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021 inclui apenas três categorias de gliomas difusos do tipo adulto. Esses gliomas difusos são os tumores malignos primários mais comuns no cérebro dos adultos.

O prognóstico desses tumores está intimamente ligado às mutações (ou ausências delas), sendo a realização de testes laboratoriais para pesquisa da presença da mutação na enzima IDH essencial para o correto diagnóstico e tratamento desses pacientes.

Os gliomas difusos com mutações no IDH representam os tumores cerebrais malignos primários mais comuns diagnosticados em adultos com menos de 50 anos de idade. Sem tratamento, continuam a crescer e infiltrar o tecido cerebral normal.

“O glioma é o tumor mais comum do cérebro e os tratamentos vêm evoluindo de modo muito importante. As técnicas cirúrgicas e a radioterapia melhoraram, assim como, mais recentemente, novas medicações que procuram atacar o tumor por mecanismos pelos quais eles crescem vêm sendo desenvolvidas com resultados extremamente importantes”, afirma o oncologista Fernando Maluf.

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