Se
você achava que aquela onda de adultos adotando bebês reborn (bonecos e bonecas
parecidos com bebês de verdade) e que virou até notícia de gente enlouquecida
levando-os a postos de atendimento pediátrico, porque seus filhos de silicone
estavam passando mal, prepare-se para mais um sinal do fim dos tempos.
A
tendência agora é chupeta para adultos. Isto mesmo. Homens, mulheres, senhores
e senhoras estão voltando à infância e enfiando na boca aquele troço de
borracha que, de benefícios, só causa o cessar do choro dos bebês e o silêncio
prazeroso aos ouvidos dos papais e mamães. Fora isso, depois de alguns anos os
pais têm que gastar alguns milhares de Reais para arrumar os dentes dos seus
filhos na infância, ou na adolescência.
As
chupetas para adultos é modismo lançado na China e Coréia do Sul, que vem se
alastrando como praga pelo resto do mundo. Nas redes sociais, mulheres e
homens, de todas as idades, vêm ajudando a difundir a tendência com mais fervor
que o jogo do tigrinho. E as reações dos internautas são as mais variadas,
sempre com o humor apimentado clássico, ou com conselhos sensatos sobre os
malefícios que esse costume pode acarretar.
O
uso de chupetas por adultos está sendo associado por seus incentivadores como
fonte de alívio para o estresse e com “possíveis potenciais benéficos” para
reduzir hábitos ruins, como fumar e comer compulsivamente, além de ajudar a
dormir, reduzir a ansiedade, evitar o ranger dos dentes e até silenciar o ronco
do cônjuge.
No
Brasil, o ator Ari Fontoura (foto) chegou a postar um vídeo bem-humorado, mostrando
preocupação com o fato de ter criança virando adulto e o adulto virando
criança. No Oriente Médio, por exemplo, parlamentares do Bahrein exigem medidas
enérgicas para conter adultos usando chupetas em locais públicos, especialmente
ao dirigir, o que é descrito por muitos como uma tendência pública ‘crescente e
preocupante’.
Médicos
e dentistas defendem, respectivamente, tratamento a esses usuários com
psicoterapia de base analítica ou terapia cognitivo comportamental. Um estudo
brasileiro de 2014 apontou uma associação significativa entre o uso prolongado
de chupeta na infância e o tabagismo na adolescência e início da vida adulta.
“O
adulto usar chupeta para a ansiedade é como um mal para resolver outro. Seria
comparável a fumar para resolver a ansiedade. É um hábito deletério (nocivo,
prejudicial)”, disse ao portal de notícias G1 a professora de Odontopediatria
da Faculdade de Odontologia da USP Mariana Minatel.
O
modismo esquisitão não sai barato. Uma das chupetas adultas mais vendidas em
sites chineses mede 4,5 centímetros de comprimento (claro que seria grande),
2,5 cm a mais que as chupetas usadas por bebês menores de 6 meses, e podem custar
até R$ 250. Na China, algumas lojas online afirmam vender mais de 2 mil desses
itens por mês.
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