A ex-chefe de
gabinete do vereador de Araçatuba Damião Brito (Rede Sustentabilidade)
registrou um boletim de ocorrência contra ele, nessa quinta-feira (16), após
vir à tona a denúncia de possível rachadinha contra o parlamentar, "por
temer pela própria vida".
De acordo com
o boletim de ocorrência, a vítima foi chamada pelo vereador para trabalhar em
seu gabinete, com a promessa de salário de R$ 2.500,00 mensais e jornada de
trabalho das 8h às 17h30.
No entanto, ao
tentar abrir uma conta bancária para receber o salário, a gerente do banco
informou que seria necessário agendar o saque, pois o valor era alto e não
estaria disponível imediatamente.
Ela disse ter
ficado surpresa e perguntou o motivo, momento em que a gerente revelou que o
salário informado na conta era de R$ 13 mil, e não os R$ 2.500,00 combinados
inicialmente.
Ainda segundo
o boletim de ocorrência, ao retornar ao gabinete, ela disse ao vereador que
soube o valor do salário pago pela Câmara a um chefe de gabinete e que não
poderia receber apenas os R$ 2,5 mil.
"Acordo"
A ex-assessora
relatou, ainda, que o vereador teria se exaltado e dito que, mesmo que o
salário fosse de R$ 50 mil, o dinheiro era dele. Ela rebateu, dizendo que ele
não havia sido claro durante a entrevista e, ao final, o parlamentar teria
proposto, segundo o documento policial: "Então vamos fazer assim, não é o
certo, mas vamos fazer. Você fica com os R$ 2 mil e o ticket alimentação, e o
restante você me entrega.
A mulher disse
que aceitou e entregou o valor restante, por receio de sofrer alguma
retaliação. Ela também disse que a arma do vereador ficava sobre a mesa dele e
que ele coagia todos os funcionários do gabinete e exigia que entregassem o
salário e o ticket alimentação, ficando apenas com a quantia que ele permitia.
A ex-assessora
afirmou também que ficou doente após este episódio e apresentou um atestado
médico de dez dias. Mesmo assim, o vereador teria ido à portaria do prédio onde
ela mora para receber o dinheiro.
Exoneração e denúncia
Ao retornar ao
trabalho, o vereador teria dito que ela não tinha o perfil adequado para o
cargo, já que não aceitava as condições impostas.
Após ser exonerada, ela contou que enviou várias mensagens ao parlamentar dizendo que queria o dinheiro de volta e "diversas outras mensagens, na hora da raiva". Neste momento, segundo a ex-assessora, a mulher do vereador teria feito acusações de que ela teria feito um perfil fake e que tinha provas de que era ela. Na sequência, teria dito: "Você está mexendo com gente grande".
O que diz o vereador
O
vereador Damião Brito (foto acima) se manifestou sobre a denúncia negando a prática de
rachadinha e afirmou que a acusação da ex-assessora foi motivada pela demissão
dela.
“O
caso em questão envolve ex-assessora que trabalhou no gabinete do vereador por
cerca de um mês, mas não se adaptou e, por isso, foi exonerada. Aparentemente,
a servidora ficou insatisfeita com a sua exoneração, o que é natural, mas tal
insatisfação não pode motivar nem justificar denúncias vazias, sem nenhum
indício de prova, simplesmente por vingança, para macular a imagem de quem a
exonerou”, respondeu o vereador em nota à imprensa.
Corregedoria vai investigar
A
presidente da Câmara Municipal de Araçatuba, Edna Flor (Podemos), emitiu nota
oficial nessa quinta-feira informando que em cumprimento à Resolução
1.843/2011, que trata sobre o Código de Ética e Decoro Parlamentar, o caso foi
encaminhado à Corregedoria da Casa para a “apuração quanto à veracidade dos
fatos”.
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