Com o aumento
das campanhas eleitorais nas ruas, os proprietários de veículos devem estar
atentos a um fator crucial que pode impactar a cobertura do seguro automotivo:
a propaganda eleitoral nos automóveis. Isso porque, em certos casos, essa
prática pode inviabilizar a cobertura oferecida pelas seguradoras.
“Quando um
veículo é utilizado para propaganda eleitoral, ele pode ser considerado um
ativo de marketing, sujeito a regulamentações específicas”, explica André
Costa, CEO da Touareg Seguros.
Essas
regulamentações podem levar as seguradoras a classificar o veículo como um meio
de comunicação ou publicidade, o que pode alterar as condições da apólice e,
eventualmente, resultar na exclusão da cobertura em caso de sinistro. “Se o
carro for utilizado exclusivamente para campanhas políticas, ele pode ser
considerado um veículo comercial para fins publicitários, o que geralmente não
está coberto pelas apólices de seguro automotivo pessoal”, ressalta Costa.
Além disso, a
legislação eleitoral exige que os veículos usados para propaganda cumpram
normas específicas, como evitar poluição visual e sonora. O descumprimento
dessas regras, ou a percepção da seguradora de que o veículo não está em
conformidade, pode levar à aplicação de multas, ao cancelamento da cobertura ou
à recusa de pagamento de sinistros.
“É essencial que o segurado, antes de adicionar qualquer propaganda ou realizar modificações no veículo, consulte seu corretor de seguros sobre a política da seguradora, evitando mal-entendidos”, alerta Costa. “Cada empresa possui critérios próprios para análise de risco e aceitação em relação a modificações, como a adesivação, comum durante as campanhas eleitorais, observando especialmente se o carro segurado é usado para fins particulares ou profissionais.”
Para se
proteger, o segurado deve entrar em contato com a seguradora antes de usar o
veículo para qualquer tipo de propaganda eleitoral, informando sobre o uso
pretendido e buscando orientação sobre possíveis impactos na cobertura.
Revisar os
termos da apólice também é fundamental para compreender as implicações de usar
o veículo para fins publicitários. “Algumas seguradoras oferecem coberturas
adicionais para situações específicas, com um custo que pode ser muito mais
vantajoso do que correr o risco de ficar sem indenização em caso de sinistro”,
destaca Costa.
O executivo
lembra de um caso em que um segurado optou por não pagar uma taxa adicional de
R$ 80,00 e acabou perdendo a indenização de R$ 350 mil em um sinistro.
Se a
seguradora não cobrir o uso do veículo para propaganda eleitoral, o segurado
pode buscar opções de cobertura especializadas. Existem seguradoras que
oferecem apólices adaptadas para veículos utilizados com fins publicitários.
Também é importante que toda a documentação relacionada ao uso do veículo para
propaganda esteja em conformidade com as normas eleitorais, com os comprovantes
necessários para apresentar à seguradora, se necessário.