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Médico de Birigui condenado por estuprar sobrinha de 9 anos é homenageado na Alesp

 

       O médico Milton Seigi Hayashi, de Birigui, recebeu no dia 27 de março uma honraria na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pelos seus serviços profissionais no tratamento de crianças pobres do interior paulista.

      A notícia seria digna de aplausos, não fosse pelo fato de Hayashi estar condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) a 16 anos de prisão por estupro de vulnerável, no caso, uma sobrinha sua, que na época da denúncia (2022) tinha 9 anos de idade.

     A medalha Cinquentenário das Forças de Paz do Brasil foi concedida pela Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz (ABFIP) e entregue pelo deputado Capitão Telhada (PP) no auditório Teotônio Vilela.

        A assessoria da Alesp emitiu nota à imprensa informando que a homenagem não está entre as honrarias oficiais do Parlamento Paulista e apenas cedeu o espaço para a realização do evento, que é de inteira responsabilidade da ABFIP.


       Em junho do ano de 2024, Hayashi foi condenado pelo TJSP em regime inicial fechado, mas ele continua livre por estar recorrendo da decisão. De acordo com a denúncia, o crime aconteceu em 2022 e o médico é acusado de tocar na vagina da sobrinha.

Ele nega a acusação e recorreu à condenação no Supremo Tribunal de Justiça, onde o caso tramita em segredo de justiça. Em matéria publicada no Metrópoles, o advogado Elber Carvalho de Souza, que defende o médico, diz que a mãe da menina e irmã de Hayashi teria retratado a denúncia, na qual ficou registrada uma conversa em que a menor disse que o ato do tio “não passou de uma brincadeira”.

Após a homenagem na Alesp, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) entrou com um pedido na Polícia Federal nesta quarta-feira (9) para que o passaporte de Hayashi seja apreendido, porque ele estaria planejando uma viagem ao exterior.

“Durante o evento teria sido ventilada a possibilidade de o réu estar planejando viagem ao Japão, a pretexto de receber homenagem naquele país, mas com o real intuito de evadir-se da aplicação da lei penal”, acusa o MPSP.

Em nota ao Metrópoles, o gabinete do deputado Capitão Telhada explica que o evento de entrega foi realizada a partir de solicitação da própria associação, com autorização para uso do espaço da Alesp. Segundo a nota, não há qualquer vínculo entre os homenageados e o mandato parlamentar.

Já a ABFIP informou que será instaurado procedimento interno pelo departamento competente para apuração dos fatos e, se comprovada as alegações, a honraria “poderá ser cassada”.

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