Uma nova estratégia de segurança
digital adotada em março pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo
(Detran-SP) levou ao afastamento de ao menos 142 despachantes suspeitos de
desvios em operações de transferência de propriedade de veículos, impedindo a
concretização de 158 tentativas de fraude em apenas dois meses.
Entre os profissionais sob
suspeita, 43 já tiveram revogado o acesso ao e-CRVsp, sistema disponibilizado
pelo Detran-SP para a atuação de despachantes documentalistas. Agora, todos
responderão a processo administrativo, com possibilidade de revogação do acesso
aos sistemas. Se for encontrado indício de crime, a polícia será acionada.
A nova estratégia de segurança
consiste em uma resposta rápida à menor suspeita de fraude, detectada por meio
da análise preditiva, braço da análise de dados capaz de fazer previsões sobre
comportamentos e cenários a partir de informações históricas, modelagem
estatística e aprendizado de máquina. Uma vez percebida conduta diferente do
padrão, o sistema fornece indicadores para a equipe do Detran bloquear a
operação.
Nesse momento, as pessoas
envolvidas são notificadas da interrupção. Em seguida, o caso passa a ser
averiguado pelo Detran. Se o órgão entender que a operação é legítima, a
restrição é removida. Se confirmada a fraude, o processo segue para estigação e
penalização. Neste novo cenário, o Detran-SP conseguiu zerar ocorrências de
supostas transações fraudulentas. De 6 de abril a 24 de maio, o número de
transações interrompidas por suspeita de irregularidades foi zerada.
"A inteligência de dados nos
permite agir antes que o problema se materialize. Não se trata apenas de reagir
à fraude, mas de prever seu padrão e interromper a ação no momento em que ela
nasce. Essa capacidade preditiva é o que tem feito a diferença no resultado
institucional”, afirma Vinícius Novaes, diretor de Veículos Automotores.
A iniciativa reforça o novo
posicionamento do Detran-SP, vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital
(SGGD), que vem investindo em governança regulatória e no uso estratégico da tecnologia
para criar um ambiente de controle qualificado das atividades reguladas e ter
maior integridade nas transações.
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