Com a chegada
do Novembro Azul, campanha mundial de conscientização sobre a saúde do homem,
cresce o alerta para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata,
o segundo tipo mais comum entre os homens brasileiros e que está atrás apenas
do câncer de pele não melanoma.
Embora a idade
avançada e o histórico familiar estejam entre os principais fatores de risco, o
estilo de vida tem se mostrado determinante na prevenção. A obesidade e o
sedentarismo estão associados a formas mais agressivas do tumor, enquanto a
prática regular de exercícios físicos surge como uma das estratégias mais
eficazes para reduzir a incidência e a mortalidade pela doença.
De acordo com
um estudo publicado no ano passado na JAMA Network Open, homens que mantêm uma
rotina de pelo menos 30 minutos diários de atividade física moderada
apresentaram uma redução de até 36% no risco de morte precoce, mesmo entre
aqueles com predisposição genética ao câncer de próstata. A explicação está na
capacidade do exercício de regular os níveis hormonais, melhorar a função
imunológica e controlar o peso corporal, fatores diretamente ligados à saúde da
próstata.
Segundo o
urologista e professor de medicina da Afya Montes Claros, dr. Sergio Rametta, o
estilo de vida tem uma influência direta tanto na prevenção quanto na evolução
do câncer de próstata. “Hoje já sabemos, com base em diversos estudos, que o
sedentarismo, a má alimentação e o tabagismo estão associados não apenas a um
risco maior de desenvolver a doença, mas também a formas mais agressivas do
tumor”.
O especialista esclarece que a atividade física regular é um dos principais fatores de proteção contra o câncer, uma vez que ela ajuda a manter o peso corporal adequado, melhora a imunidade, regula hormônios e reduz processos inflamatórios. Além disso, homens fisicamente ativos tendem a responder melhor aos tratamentos e a ter melhor qualidade de vida durante e após o tratamento.
Importância do diagnóstico precoce
Segundo
estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar até
o fim de 2025 cerca de 71.730 novos casos da doença, considerando o período
iniciado em 2023. Apenas em 2023, o Ministério da Saúde contabilizou 17.093
mortes em decorrência do câncer de próstata, uma média alarmante de 47 óbitos
por dia.
A Sociedade
Brasileira de Urologia informou que a cura para pacientes com o câncer de
próstata pode chegar a até 98%, principalmente se for diagnosticado no início.
Dr Sergio Rametta comenta que o câncer de próstata, em suas fases iniciais,
geralmente não apresenta sintomas. Por isso, o homem não deve esperar sentir
algo diferente para procurar o urologista e realizar os exames preventivos.
“A detecção
precoce é feita por meio de exames de rotina, como o toque retal e a dosagem do
PSA no sangue, que permitem identificar alterações ainda sem manifestações
clínicas. Quando o câncer começa a causar sintomas, como dificuldade para
urinar, jato urinário fraco, presença de sangue na urina ou dor óssea, estamos
em uma fase mais avançada da doença, onde já perdemos a chance do diagnóstico
precoce.”
O urologista
também informa que a cirurgia continua sendo o principal método curativo, mas
hoje é possível realizá-la com técnicas minimamente invasivas, como a cirurgia
robótica e a laparoscopia, que oferecem uma recuperação mais rápida e maior
preservação da continência urinária e da função sexual.

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